Todo ser humano busca um sentido para a vida. Este sentido é o seu maior legado.
A Exposição “Qual é o Seu Legado? 30 anos de Museu da Pessoa” destaca histórias e imagens de seu acervo com as temáticas Vidas Indígenas, Vidas Negras e Retratos do Brasil.
Confira aqui o conteúdo criado a partir da leitura dos três curadores convidados.
BEL SANTOS MAYER é educadora social, coordenadora do Ibeac e cogestora da Rede Literasampa. Foi entrevistada pelo Museu da Pessoa em 2020.
Vidas negras que carregam memórias de afetos recebidos, dos espaços desejados e construídos. Depoimentos e imagens de pessoas pretas do acervo do Museu da Pessoa que remetem ao colo, à casa e ao quilombo. Vidas negras que desconstroem os imaginários de existências negras miseráveis, ausentes, precárias, perdedoras, abandonadas. Entre luta e festa, dor e amor, lágrimas e sorrisos, vidas reunidas e povoadas por palavras.
Lembranças de famílias negras que trabalharam muito e encontraram tempo e jeitos para se amar e dar colo. O colo-palavra acolhe, oferece intimidade, cuidados, troca de olhares.
A reivindicação do direito de mudar a rota do destino. Do colo à casa, da casa ao quilombo há imagens e depoimentos que humanizam, que geram utopias.
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Rosane da Silva Borges
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Potyra Tupinambá (Ivana Cardoso de Jesus)
Vem da casa o legado de lembrar e de esquecer. Histórias são repartidas, repetidas entre quem chegou antes e quem veio depois.
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Maria Aparecida da Silva Trajano ( Tia Cida )
CRISTINO WAPICHANA é escritor e músico premiado, compositor e cineasta. Foi entrevistado pelo Museu da Pessoa em 2019.
É numa compreensão cosmológica que os povos indígenas mantêm sua ancestralidade atualizada. O legado de cada povo está imortalizado em suas histórias, que acolhem, explicam e justificam crenças, modo de vida, conquistas e tudo o que lhes é necessário para ser e estar no mundo.
É na insistência do resistir que dançamos e cantamos, para manter o céu suspenso. É no cuidar da mãe terra que existimos, e toda a diversidade de vida.
O maior legado dos povos indígenas é proteger, com as próprias vidas, o nosso único lugar habitável, o nosso planeta.
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Vladimir Vicente Brandão
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Mauro André Katukina
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Luciano Perez Bonifácio
É na insistência do resistir que dançamos e cantamos, para manter o céu suspenso.
autoria: Museu da Pessoa
personagem: Jeguaka Mirim da Silva
DIÓGENES MOURA é escritor, curador de fotografias e editor. Foi entrevistado pelo Museu da Pessoa em 2017.
Uma exposição de fotografias é um legado que vai povoar os olhos de quem “enxerga”. A diferença entre “ver” e “enxergar” é um abismo. Por dentro de cada uma dessas imagens existe a palavra, o suspiro da palavra, vidas que se completam diante de um único espelho: gravadas nos arquivos do Museu da Pessoa refletem, nesse mesmo espelho, as histórias de outros que somos cada um de nós. Ou isso, ou nada.
A Mostra Audiovisual de 2022 teve como foco o sentido que cada ser humano dá a sua vida. Chamamos este sentido de legado.
Ele pode ser um amor, uma luta, a busca por conhecimento, o dia a dia, a família e tudo o que faz com que uma pessoa dê valor a sua existência.
ACESSE A MOSTRAEntre os meses de dezembro de 2022 e abril de 2023, o Museu instalou uma cabine de coleta de histórias no SESC Bom Retiro, em São Paulo. Cada pessoa que visitou o espaço foi convidada a responder à pergunta: Qual é o seu legado? Confira abaixo as respostas.
KAREN WORCMAN
é historiadora, fundadora
e curadora do Museu da Pessoa
O Museu da Pessoa busca, há 30 anos, reconhecer o valor – humano, histórico e social – de cada pessoa. Considera que cada pessoa é singular e carrega, em si, um legado. Seus sonhos, seus amores, suas ações, suas lutas, suas culturas constituem um legado único e, ao mesmo tempo, coletivo. Busca conectar as histórias para promover escutas que levem à compreensão do outro, de si e do papel de cada pessoa para a construção de um legado comum.
Não estamos falando aqui de legados estabelecidos, mas, sim, daqueles que se perpetuam, às vezes inconscientemente, pelas vidas, e também daqueles que gostaríamos que fossem sonhados como formas de constituição de uma reinvenção social.
Agradeço a Danilo Santos de Miranda, por acreditar e apoiar o Museu da Pessoa há 30 anos, às equipes do SESC-SP e do Museu da Pessoa e a todos aqueles e aquelas que contribuíram para a causa.
Sesc Bom Retiro
Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos, São Paulo – SP, 01216-000
De 3 de dezembro de 2022 até 2 de abril de 2023
Visitação:
Terça a sexta, 9h às 20h
Sábados, 10h às 20h
Domingos, 10h às 18h
Assessoria de imprensa Museu da Pessoa
Paula Corrêa (Buriti Comunicação)
paula@buriticomunicacao.com
11 9 8339-4867
www.buriticomunicacao.com